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Caso Kiss: Quatro depoentes indicados pela defesa são ouvidos no sexto dia de Júri

Até o momento já foram ouvidos 20 testemunhas e sobreviventes da tragédia ocorrida em Santa Maria
07/12/2021
Portal Adesso - Foto: Divulgação/MPRS

     O julgamento das quatro pessoas denunciadas pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) por 242 homicídios com dolo eventual na tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, chegou ao sexto dia com 20 testemunhas e sobreviventes ouvidos desde o dia 01 de dezembro. Nesta segunda-feira (06), os depoentes foram o promoter Stenio Rodrigues Fernandes, as vítimas sobreviventes Willian Renato Machado e Nathália Daronch – o primeiro funcionário e sobrinho e a segunda esposa de Elissandro Spohr – e Márcio de Jesus dos Santos, todos arrolados pelas defesas. Ainda serão ouvidas oito testemunhas, uma delas sobrevivente da tragédia.

     O promoter da boate afirmou em plenário que o réu Mauro era apenas investidor. A promotora Lúcia Helena Callegari, então, expôs vários trechos do depoimento da testemunha à Polícia Civil (PC). Em um deles, Stenio diz que Mauro tinha poder de gestão na Kiss.

     Willian Renato Machado, sobrevivente e sobrinho de Elissandro, prestou depoimento à tarde. Ele disse em seu depoimento que os fogos na boate foram acesos durante a segunda música do show da banda Gurizada Fandangueira. Willian preferiu não responder à promotora se a empresa em que trabalha pertence à família do tio, o réu Elissandro. Respondendo ao promotor David Medina da Silva sobre o extintor de incêndio que ficava embaixo da bancada do DJ, afirmou que aquele equipamento era utilizado para fazer efeito de CO² na boate, confirmando uma tese do MPRS de que extintores da boate eram usados para outros fins.

     Também foi ouvido nesta segunda o músico Márcio de Jesus dos Santos, irmão do réu Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda Gurizada Fandangueira. O depoimento dele durou mais de três horas. Questionado pelo juiz se o réu Elissandro, sócio-proprietário da boate, sabia que usariam artefatos pirotécnicos na noite da tragédia, depoente, que era percussionista da banda, disse: "Isso nós usávamos sempre" e que o grupo nunca recebeu instruções para não usar.

     Primeiro a fazer perguntas pela acusação, o promotor de Justiça David Medina da Silva perguntou ao músico que estava tocando quando o incêndio começou o que ele viu queimar no teto, acima do palco, e o músico respondeu que “foi a espuma”. Logo a seguir a promotora Lúcia Helena Callegari perguntou ao depoente se a banda tinha algum planejamento caso “desse algo errado" nos shows pirotécnicos, depoente respondeu ao MP: “Não tínhamos porque nunca deu”.

     Na sessão do júri desta terça-feira (07), a previsão é que haja mais três depoimentos sobre o caso. 


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