Polícia

Prefeito eleito de Monte Belo do Sul é preso durante investigação de desvio de verbas

10/10/2016
CID Martins / Rádio Gaúcha - Fotos: Polícia Civil e Rádio Difusora 890
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     Durante investigação de desvio de verba pública da Delegacia Fazendária do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), o prefeito eleito de Monte Belo do Sul, Adenir José Dallé (PMDB) foi preso em flagrante na própria casa por posse ilegal de arma de fogo.

     Os agentes estavam cumprindo um mandado de busca na casa dele, no município da Serra gaúcha. Ele e um ex-procurador do município são suspeitos de terem se apropriado de honorários advocatícios de uma causa trabalhista ganha contra o INSS em 2009. Na época, Dallé era prefeito da cidade.

     Cerca de 15 policiais cumpriram na manhã desta segunda-feira (10) três mandados de busca e apreensão, dois no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre, na casa e escritório de um ex-procurador do município, e um na casa do ex-prefeito e agora prefeito eleito de Monte Belo do Sul. O delegado Daniel Mendelski, que investiga o caso, diz que os honorários advocatícios ficaram com o ex-procurador, apesar de haver uma determinação de que deveria ficar com o município. Houve cobrança do Tribunal de Contas do Estado para o ex-prefeito Dallé e, segundo a investigação, ele não devolveu o valor.

     Foram feitas várias tratativas e como não houve mais respostas por parte dos investigados, o Deic deflagrou hoje a ação para buscar mais provas sobre o caso. Os crimes são de peculato (quando se trata de funcionários públicos), envolvendo desvio e apropriação indébita.


Contraponto

     O repórter da Gaúcha Serra, André Fiedler, entrevistou na manhã de hoje, em Bento Gonçalves, o prefeito eleito Adenir Dallé após ser solto mediante pagamento de fiança. Ele disse que não sabia da investigação e ficou surpreso porque o dinheiro foi devolvido. Também destacou ter comprovantes. Segundo o prefeito eleito, o valor dos honorários foi depositado na conta do ex-procurador e havia o entendimento de que o mesmo deveria receber o dinheiro.

     Como a Justiça entendia exatamente o contrário, prefeito e procurador (na época do fato) tentaram recorrer antes de devolver a quantia. Sobre a arma, Dallé disse que era do pai dele (uma espingarda calibre 36), que morreu há três anos. Também disse que tinha valor sentimental, mas que pretendia entregar à polícia nos próximos dias.

 

* Pelo fato da investigação estar em andamento, a polícia não está divulgando valor e nomes dos envolvidos.

 

 

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