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Secretário de Assistência Social de Garibaldi fala sobre os índios acampados na praça

De acordo com o secretário, pais fazem crianças indígenas andarem descalças para fomentar sentimento de piedade
11/01/2019
Portal Adesso - Foto: divulgação

     Nesta quinta-feira (10), o PORTAL ADESSO publicou reportagem mostrando que índios “tomaram conta” da praça localizada na Avenida Rio Branco, no centro de Garibaldi. Vivendo com péssimas condições de higiene em barracas de lona, os indígenas fazem com que a população evite de utilizar o espaço. Além disso, diversas crianças indígenas são vistas no comercio pedindo dinheiro que depois entregam aos pais.

     Acompanhe a entrevista feita com o Secretário de Habitação, Trabalho e Assistência Social de Garibaldi, Calvete Poleto. 


Portal Adesso : Quanto tempo que eles estão acampados no local?

Secretário Calvete Poleto: Há aproximadamente 30 dias.


Portal Adesso: Tem o número de pessoas que estão ali?

Secretário: Não temos o número exato, pois nas abordagens feitas, nunca encontramos todos no local. Eles estão acampados ali, mas circulam também nos municípios vizinhos.

 

Portal Adesso: A secretaria e o Conselho tutelar já foram no local verificar as condições deles, uma vez que existem crianças ali?

Secretário: Sim, sempre são a mesma família de indígenas. Nos contatos que já fizemos com a FUNAI e com o cacique da tribo de origem, soubemos que esses indígenas que circulam por aqui têm conflitos dentro da tribo, por isso vem para cá com tanta frequência.


Portal Adesso: Existe alguma forma de retira-los da praça?

Secretário: Não, pois a praça é um local público. O assunto já foi tratado com a Promotoria de Justiça, que nos orientou que os indígenas têm a liberdade de acamparem para venda de artesanato, pois isso faz parte da sua cultura, não podendo utilizar as crianças para esmolar. A orientação do promotor é que as crianças têm que estar acompanhadas de um adulto. 


Portal Adesso: A responsabilidade para retirá-los é do município ou Funai?

Secretário: O município não tem autoridade para retirá-los. Nossas abordagens são sempre em defesa da criança, uma vez que o Estatuto da Criança e do Adolescente é soberano às leis indígenas. Sempre atuamos visando coibir a situação de mendicância das crianças.

 

Portal Adesso: Não existe a possibilidade do município oferecer outra área, pois neste local a população costuma levar as crianças para brincar e não está podendo? Muitos evitam o local.

Secretário: O município não oferece a área, eles chegam e ocupam o local. O interesse do grupo é permanecer no local pelo contato comercial com a população.

 

Portal Adesso: Qual seria a solução?

Secretário: Na prática, o que resolveria seria a realização de uma forte conscientização da população que se solidariza e dá esmolas para as crianças.

Ao invés de resolver o problema, ao dar esmola, cria-se uma mentalidade aos indígenas de que em Garibaldi eles obtêm muita ajuda, o que faz eles voltarem e trazer cada vez mais crianças. Os indígenas sabem que, se vierem somente os adultos, dificilmente terão as ajudas em dinheiro e materiais como recebem quando estão com os pequenos.

O fato das crianças andarem descalças também é proposital, para fomentar na população o sentimento de piedade. Já verificamos e eles recebem grande quantidade de doações de calçados infantis, que ficam nas tendas, sem uso e eles permanecem descalços...

Quando os indígenas deixam o município, muitas das doações acabam ficando no local, pois eles não têm interesse em levar.


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