Polícia

Polícia Federal busca dinheiro da UNICK em paraísos fiscais

Supostas remessas bilionárias feita pelos donos da UNICK Forex estão sendo apuradas pela polícia
23/09/2019
Portal Adesso

     Novamente o nome  da empresa UNICK Forex volta a ser destaque na imprensa pelo não pagamento a seus clientes e também por investigação da Polícia Federal brasileira. 

     Desta vez, o Jornal NH de Novo Hamburgo, publicou reportagem afirmando que a Polícia Federal tenta rastrear supostas remessas bilionárias de recursos feitas pelos donos da Unick Forex para paraísos fiscais na Europa e na América Central. A Unick, que mudou de nome para Unick Academy, parou de pagar os valores prometidos a seus investidores em julho, alegando problemas operacionais e, depois, um desvio de recursos.

     Executivos da empresa vêm prometendo nas redes sociais que ela vai retomar os resgates desde o início de agosto, quando suspendeu seu site por 12 dias. Após esse período, anunciou que não pagaria mais rendimentos aos investidores e somente devolveria o valor aplicado em parcelas mensais. A empresa alega ter um milhão de clientes, no Brasil e no exterior, e continua oferecendo pacotes de investimento nas redes sociais.

     Segundo a reportagem, uma das rotas do dinheiro seria Mônaco, na Europa, e teria sido usado na compra de um iate de luxo pela cúpula da Unick. Outros destinos seriam Luxemburgo, Panamá e Belize. O dinheiro teria sido enviado ao exterior por meio de empresas offshore, possivelmente no Uruguai, especializadas em remessas para paraísos fiscais.

     O jornal não cita a fonte das informações e afirma que a PF não fala sobre a investigação, que teria começado há um ano e sete meses. Mas cita uma fonte ligada à investigação que afirma que o caso é mais complicado que o de outra empresa também envolvida em prejuízos para investidores, a InDeal, fechada em maio e que levou à prisão de dez pessoas. Segundo essa fonte, diferentemente da InDeal, os diretores da Unick não colocaram praticamente nada em seus nomes, as transações são mais sofisticadas e em quantias “absurdamente maiores”.

     A Unick Forex prometia ganhos diários de 1,5% a 3% ao dia para seus investidores, rendimento que viria da participação na venda de pacotes de educação financeira. Além disso, pagava porcentagem pela indicação de novos investidores, de 10% sobre o valor aplicado pelos novos clientes, e mais uma porcentagem sobre os que esses clientes atraíssem para o negócio. A empresa não tem patrimônio, seu contrato social era de uma empresa comercial, mas mesmo assim teria atraído um milhão de investidores, segundo vídeos divulgados por seus dirigentes na internet.

     Segundo o delegado da 1ª DP, Tarcísio Kaltbach, que começou as investigações da Unick e também da InDeal, repassadas à Polícia Federal, ainda não há ocorrências de vítimas no órgão. “A Polícia Civil de Novo Hamburgo está atenta a crimes dessa natureza e pede que vítimas procurem a delegacia para o registro.”


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