Política

“O que estão fazendo comigo é uma palhaçada”, diz vereador Alef Assolini

MDB de Carlos Barbosa expulsa vereador candidato a reeleição e juiz solicita ampla defesa ao partido
13/11/2020
Portal Adesso - Foto: Arquivo Pessoal

     Um fato ocorrido durante a última semana eleitoral tem deixado conturbada as eleições municipais barbosense. A distribuição de panfletos questionando funcionários públicos concursados de receberem salário para fazer campanha gerou desconforto nas duas coligações que disputam a prefeitura de Carlos Barbosa.

     Pela Lei, funcionários públicos concursados podem se afastar da função para fazer campanha e recebem integralmente salário. O panfleto distribuído debaixo da porta de vários estabelecimentos durante a madrugada, apresentava 6 candidatos e o salário dos mesmos. Todos, da coligação do prefeito e candidato à reeleição Evandro Zibetti (MDB). 

     Através de imagens de câmeras de segurança, a coligação do candidato Everson Kirch (PP) viu que se tratava de fogo amigo e estava sendo culpada pelo derrame de panfletos. Logo, procuraram a Polícia Civil e a justiça eleitoral para denunciar o caso e cobraram explicações da coligação de Zibetti. 

     Após investigações, foi descoberto que um cabo eleitoral do vereador e candidato a reeleição Alef Assolini (MDB), era quem aparecia nas imagens. 

     Diante dos fatos, o presidente do MDB de Carlos Barbosa, o ex-vice-prefeito Gilberto Francisco Baldasso – Betão, se reuniu com a executiva e resolver expulsar o vereador Alef, além de pedir para a justiça eleitoral.

     O PORTAL ADESSO contatou Betão no início da noite desta sexta-feira (13), para nossa equipe ele disse que não queria se manifestar, pois havia tido um dia conturbado e preferia falar sobre este caso em outro momento. 

     Já o vereador Alef Assolini disse a nossa reportagem que estão o acusando sem provas e que ele ainda não teve acesso aos autos do inquérito. “Estão me acusando faz dois dias e eu não sei do que”, afirmou. Ele também afirmou ser uma jogada política para lhe tirar da disputa, mas que ele está apto para concorrer e está em plena campanha. “O que estão fazendo comigo é uma palhaçada e ou vou mostrar tudo isso”, concluiu. Ele também publicou uma nota em sua rede social.

Veja na íntegra:

“Boa tarde. 

Sobre os últimos acontecimentos, os esclarecimentos sobre os fatos estão sendo realizados. Até o presente momento, não passam de boatos, uma vez que estão recusando qualquer acesso à denúncia. MDB me "expulsa" do partido, conforme a rádio, sem qualquer oitiva da minha parte (evidentemente, para não afetar a campanha da majoritária). 

Conforme mencionam pessoas do partido, através de publicações na internet, a minha candidatura será cassada, então lhes pergunto, de que forma seria cassada se acabaram de enviar um pedido para isso e até agora não tive oportunidade NENHUMA de apresentar minha defesa? 

Não há processo sem o devido contraditório e a ampla defesa, o que são garantias constitucionais claramente violadas no caso em tela e juiz acabou de dar o despach sobre isso. 

Fui totalmente cerceado/impedido do meu direito de defesa, uma vez que não houve qualquer processo administrativo, tampouco fui intimado para apresentar minha defesa, o que é totalmente contrário ao que prevê a lei. 

Estou sendo covardemente atacado, de todas as formas, INJUSTAMENTE, sem qualquer prova e se quer tive oportunidade de defesa.

Tudo será esclarecido no tempo e modo devidos, mas não vou aceitar, de parte a parte, responsabilidade que não tenho apenas por oportunismo político”.


     Em despacho feito pelo juiz eleitoral,  a justiça solicitou ao partido uma justificativa para que a sigla solicitasse o cancelamento de sua candidatura e expulsão. Também foi perguntado se o vereador e candidato a reeleição teve direito de ampla defesa. 

     Pelo que se percebe, o caso só terá desdobramentos após as eleições.





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